Moraceae

Ficus lagoensis C.C.Berg & Carauta

Como citar:

Marta Moraes; Eduardo Fernandez. 2020. Ficus lagoensis (Moraceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

309.647,463 Km2

AOO:

112,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), com ocorrência nos estados: ESPÍRITO SANTO, município Santa Teresa (Machado 639); MINAS GERAIS, município Alfenas (Vieira 1165), Barroso (Assis 828), Caldas (Pelissari 211), Camanducaia (Torres 963), Dores de Campos (Oliveira 480), Entre Rios de Minas (Krieger 8329), Jacutinga (Gomes 813), Juiz de Fora (Krieger 14670), Monte Belo (Carauta 5795), Ouro Branco (Souza 168), São João del Rei (Sobral 13144), Uberlândia (Oliveira s.n.); PARANÁ, municípios Sertanópolis (Carelli 23); SÃO PAULO, municípios Botucatu (Souza 314), Cajuru (Marcondes-Ferreira 55), Campinas (Franceschinelli 22525), Gália (Passos FP46), Monte Alegre do Sul (Cunha 74), Paranapanema (Baitello 1899), Ribeirão Preto (Coelho 41), Pardinho (Tsuji 1685).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Marta Moraes
Revisor: Eduardo Fernandez
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 30 m de altura, endêmica do Brasil, ocorrendo no domínio da Mata Atlântica e do Cerrado, na Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Conhecida popularmente como figueira branca apresenta distribuição ampla com EOO= 267635 km², registros de coleta em quatro estados e 22 municípios e em Unidades de Conservação. A espécie é terrícola ou hemiepífita, não possui especificidade de habitat, mas é tida como rara (Leandro Cardoso Pederneiras com. pess.). Neste momento, Ficus lagoensis foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e tamanho populacional) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Último avistamento: 2012
Quantidade de locations: 17
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Brittonia 54(4): 243–246, f. 6. 2002[2003]. Conhecida popularmente como Figueira Branca (Cunha 74) em Monte Alegre do Sul, SP.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial, hemiepiphytes
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Detalhes: Árvores de até 30 m de altura (Pelissari 211), ocorrendo no domínio da Mata Atlântica e do Cerrado na Floresta Estacional Semidecidual (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2019. Ficus in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB10144>. Acesso em: 13 Dez. 2019

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 3.2 Mining & quarrying habitat,mature individuals past,present,future national very high
A perda e a alteração de habitat no Cerrado também está vinculada a atividade de mineração desenvolvida em vários estados de sua ocorrência (Fernandes et al., 2011, 2014, Jacobi and Carmo, 2008). Na região do Cerrado há dois principais centro de exploração mineral, sendo um deles situado em Goiás onde destaca-se o município de Niquelândia (Fernandes et al., 2011) e o outro em Minas Gerais, cuja a região do quadrilátero ferrífero e Espinhaço Meridional concentram a maior parte das atividades (Carmo e Jacobi, 2012, Fernandes et al., 2011, 2014, Jacobi and Carmo, 2008). Nas últimas quatro décadas o Quadrilátero Ferrífero já perdeu milhares de hectares de cangas, pelo menos 40% da área total, devido principalmente ao efeito direto da ocorrência de 46 minas de extração de minério de ferro (Carmo e Jacobi, 2012). Tal atividade tem provocados danos ambientais imensuráveis, dentre eles, o maior desastre ambiental após o rompimento de uma das barragens de rejeitos minerais (Escobar, 2015, Neves et al., 2016).
Referências:
  1. Carmo, F.F., Jacobi, C.M., 2012. Plantas vasculares sobre cangas. in: Jacobi, C.M., Carmo, F.F., (Orgs.). Diversidade florística nas cangas do Quadrilátero Ferrífero. Belo Horizonte, Código Editora, 240 p.
  2. Escobar, H., 2015. Mud tsunami wreaks ecological havoc in Brazil. Science (80-. ). 350, 1138–1139.
  3. Fernandes, F.R.C., Amélia, M., Enríquez, M.A.R. da S., Alamino, R. de C.J., 2011. Recursos minerais e sustentabilidade territorial: grandes minas. CETEM/MCTI., Rio de Janeiro. 343 p.
  4. Fernandes, G.W., Barbosa, N.P.U., Negreiros, D., Paglia, A.P., 2014. Challenges for the conservation of vanishing megadiverse rupestrian grasslands. Nat. Conserv. 2, 162–165.
  5. Jacobi, C.M., Carmo, F.F., 2008. The contribution of ironstone outcrops to plant diversity in the Iron Quadrangle, a threatened Brazilian landscape. Ambio 37, 324–326.
  6. Neves, A.C. de O., Nunes, F.P., de Carvalho, F.A., Fernandes, G.W., 2016. Neglect of ecosystems services by mining, and the worst environmental disaster in Brazil. Nat. Conserv. 14, 24–27.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas habitat past,present national very high
Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003).
Referências:
  1. Simões, L.L., Lino, C.F., 2003. Sutentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: Senac.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present national very high
O Atlas da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019) indica que restam 16,2 milhões de hectares de florestas nativas mais preservadas acima de 3 hectares na Mata Atlântica, o equivalente a 12,4% da área original do bioma. O desmatamento da Mata Atlântica entre 2017 e 2018 caiu 9,3% em relação ao período anterior (2016-2017), que por sua vez já tinha sido o menor desmatamento registrado pela série histórica do Atlas da Mata Atlântica, iniciativa da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que monitora o bioma desde 1985. Além disso, foi verificado aumento do número de estados no nível do desmatamento zero, de 7 para 9, sendo que outros 3 estão bem próximos. O desmatamento nos estados onde a espécie ocorre foi Espírito Santo 19 ha, Minas Gerais 3.379 ha, Paraná 2.049 ha, São Paulo 96 ha.
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2019. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2017- 2018. Relatório Técnico, São Paulo. 35p.

Ações de conservação (3):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território Centro Minas - 10 (MG), Território Campinas - 18 (SP), Território Paraná - 19 (PR), Território São Paulo - 20 (SP), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Espírito Santo - 33 (ES).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Estação Ecológica Dos Caetetus (SP); Apa Rio Batalha; Apa Piracicaba Juquerí-Mirim Area Ii; Estação Biológica de Santa Lúcia (ES); IAC, Estação Experimental (SP); Estação Ecológica de Paranapanema (SP).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). A espécie será beneficiada por ações de conservação que estão sendo implantadas no PAN Rio, mesmo não sendo endêmica e não contemplada diretamente por ações de conservação.
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.